A voz aveludada de Monica Salmaso

Era noite de sexta-feira (20/06), quando cheguei ao Teatro Amazonas, já havia começado o show, me dirigi à frisa de número 9, lugar que havia comprado. Chegando lá, o meu lugar já havia encontrado um dono, dirigi-me então para frisa ao lado, onde tinha apenas um jovem casal, sentei-me silenciosamente para ouvir a cantora. Era exatamente como eu já tinha ouvido no CD – Noite de Gala Samba na Rua. Hoje em dia, geralmente as gravações nos enganam com todos esses recursos digitais e tecnológicos, mas ela não, era a perfeição da gravação agora ao vivo. Cá entre nós, eu fui lá mesmo para conferir se era tudo aquilo mesmo que eu já tinha ouvido na gravação. E para a minha agradável surpresa, não só a cantora como o quinteto, superaram as minhas expectativas. Tomei conhecimento da Monica Salmaso, através do meu amigo e violonista Edgard Montrezol, que me enviou um vídeo do Youtube onde Monica Salmaso cantava no Baretto em São Paulo. E o Paulo Bellinati ao violão? Nossa, que virtuosismo e que belo som, sem aqueles chiados exagerados das cordas, ou aquelas "batidas" comumente ouvidas dos "violeiros" de plantão que agridem ao meu ouvido. Um show muito gostoso, com direito a bolhas de sabão, rememorei meus velhos tempo de criança, na interpretação da Ciranda da Bailarina. Como diria o nosso saudoso maestro e amigo Dirson Costa, ela possui uma voz "aveludada". Mais do que isso, ela é extremamente afinada, pude perceber isso especialmente quando ela interpretou Beatriz, executada apenas à voz e piano. Senti falta somente da interpretação vocal na Construção que ela preferiu continuar na mesma linha interpretativa das demais canções. A primeira vez que ouvi este novo arranjo de Construção particularmente não gostei, talvez porque estivesse comparando com o arranjo do próprio Chico Buarque, mas ouvindo ao vivo confesso que desencanei e vi a beleza deste. Ao final do Show, não é muito do meu feitio a tietagem, mas fui ao camarim e cumprimentei a nova diva da Música Popular Brasileira.