A 17ª Edição do Festival Amazonas
de Opera estreia hoje, domingo 14/04 às 19h no Teatro Amazonas com a ópera
contemporânea Rei Roger (Król Roger). Opera contemporânea polonesa em 3 atos do
compositor Karol Szymanowski, e que será apresentada em forma de concerto pela
a Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas, Coral Infanto-juvenil e solistas
convidados, sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro. A ópera Rei Roger
aborda uma temática sobre a homossexualidade e que tem por personagem um pastor
polêmico, que no 3º ato transforma-se em Dionísio, o deus do vinho e da
felicidade eterna. Mas creio que tenha sido mesmo apenas uma consciência, em
face da polêmica indicação do pastor Feliciano para assumir a presidência da
comissão dos direitos humanos no congresso nacional. Com staff de solistas de
primeiríssima qualidade destaco a participação do tenor espanhol José Luis Sola
(personagem Pastor) que dá um show de interpretação, mantendo uma postura segura
e forte, desencadeada durante toda a trama. De cunho extremamente filosófico, o
libreto foi baseado no famoso ensaio “O Nascimento da Tragédia no Espírito da
Música”, de Nietzsche, que prefiro não aprofundar na discussão para não tornar esta
leitura para muitos, cansativa. Quanto a música, posso dizer que por se tratar
de uma musica contemporânea, os ouvidos de senso comum da maioria das pessoas
ainda não esta habituada a aceitar, pois estes não tem em vocabulário sonoro
para este tipo de música. Outro dia indagado por um repórter local sobre o que
eu achava dessas operas que “ninguém gosta” ou que “ninguém ouve”, e “que aqui
em Manaus não tem publico para esse tipo de musica”, eu respondi que
considerava importante por duas razões: a primeira para oportunizar pessoas que
tem a curiosidade de ouvir um tipo de musica “diferente” e que ela habitualmente,
ou raramente nunca ouviu; e a minha segunda
justificativa foi a de que este estilo sirva de laboratório para os estudantes
de música, pois até mesmo gravações em CD’s e DVD’s são difíceis de encontrar
no mercado fonográfico, além de oportunizar aos estudantes dos cursos de musica
das Universidades Federal e Estadual, o acompanhamento dos
preparativos nos ensaios, do preparo dos solistas e dos cantores do côro.
Continuando a entrevista fiz uma péssima, porem didática comparação no sentido
de que nosso ouvido se “acostuma” com o que ouvimos diariamente. Assim como as mídias de
massa, por exemplo, conseguem nos emprenhar pelos ouvidos com tantos “lixos
musicais”, se nos permitirmos ouvir este repertorio de musica contemporânea, com
certeza despertaremos o interesse em conhecer mais e mais deste estilo com uma linguagem
mais rebuscada.
Monostatos da Opera A Flauta Magica 2002 |
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