domingo, 14 de abril de 2013

XVII Festival Amazonas de Ópera - 2013 - Estréia

A 17ª Edição do Festival Amazonas de Opera estreia hoje, domingo 14/04 às 19h no Teatro Amazonas com a ópera contemporânea Rei Roger (Król Roger). Opera contemporânea polonesa em 3 atos do compositor Karol Szymanowski, e que será apresentada em forma de concerto pela a Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas, Coral Infanto-juvenil e solistas convidados, sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro. A ópera Rei Roger aborda uma temática sobre a homossexualidade e que tem por personagem um pastor polêmico, que no 3º ato transforma-se em Dionísio, o deus do vinho e da felicidade eterna. Mas creio que tenha sido mesmo apenas uma consciência, em face da polêmica indicação do pastor Feliciano para assumir a presidência da comissão dos direitos humanos no congresso nacional. Com staff de solistas de primeiríssima qualidade destaco a participação do tenor espanhol José Luis Sola (personagem Pastor) que dá um show de interpretação, mantendo uma postura segura e forte, desencadeada durante toda a trama. De cunho extremamente filosófico, o libreto foi baseado no famoso ensaio “O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música”, de Nietzsche, que prefiro não aprofundar na discussão para não tornar esta leitura para muitos, cansativa. Quanto a música, posso dizer que por se tratar de uma musica contemporânea, os ouvidos de senso comum da maioria das pessoas ainda não esta habituada a aceitar, pois estes não tem em vocabulário sonoro para este tipo de música. Outro dia indagado por um repórter local sobre o que eu achava dessas operas que “ninguém gosta” ou que “ninguém ouve”, e “que aqui em Manaus não tem publico para esse tipo de musica”, eu respondi que considerava importante por duas razões: a primeira para oportunizar pessoas que tem a curiosidade de ouvir um tipo de musica “diferente” e que ela habitualmente, ou raramente nunca ouviu;  e a minha segunda justificativa foi a de que este estilo sirva de laboratório para os estudantes de música, pois até mesmo gravações em CD’s e DVD’s são difíceis de encontrar no mercado fonográfico, além de oportunizar aos estudantes dos cursos de musica das Universidades Federal e  Estadual, o acompanhamento dos preparativos nos ensaios, do preparo dos solistas e dos cantores do côro. Continuando a entrevista fiz uma péssima, porem didática comparação no sentido de que nosso ouvido se “acostuma” com o que ouvimos diariamente. Assim como as mídias de massa, por exemplo, conseguem nos emprenhar pelos ouvidos com tantos “lixos musicais”, se nos permitirmos ouvir este repertorio de musica contemporânea, com certeza despertaremos o interesse em conhecer mais e mais deste estilo com uma linguagem mais rebuscada.
Monostatos
da Opera A Flauta Magica
2002
Continuo sendo um entusiasta em apoio e incentivo ao Festival de Opera do Amazonas, desde a primeira edição do FAO em 1997 sob a direção do violinista Michael Yelden e hoje sob a direção de Robério Braga. Sou participante, com muito orgulho, deste Festival desde sua concepção, enquanto membro do Coral do Amazonas e em 2001 e 2002  fazendo parte do elenco de solistas do Amazonas, na montagem da Opera “A Flauta Magica” de Mozart e do espetáculo multimídia da serie pocket-operas, Zap – O Resumo da Ópera sob a direção cênica de Marcelo Tas e Direção Musical de Mara Campos. Apesar das criticas dos incautos de plantão, considero que o FAO vem constituindo-se a cada edição, como importante espaço de trabalho para os músicos eruditos do Amazonas, para os músicos que aqui escolheram viver e para o corpo técnico indispensável para a concretização da considerada “Arte Total”.


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